quarta-feira, 18 de abril de 2007

IV

É tão bom não escrever mesmo gastando tinta,
Rebentando nos bicos de ponta fina a paixão
recebendo do papel uma magia, um contraste,
um branco sujo de tinta rebelde, de amores fugidos,
uma mágoa resolvida na carga azul que tu transportas,
uma divagação perdida no bailar dos dedos.
É tão bom escrever-te mesmo sabendo que não lês,
que não queres sequer saber da mágoa dos meus dias,
mas mesmo assim é bom ter-te no papel,
rasgar o escrito para não lembrar mais esta tinta,
criar o sonho num desenho esboçado em memórias
que mais tarde escrevemos neste livro,
com a tinta que me corre nas veias,
com a tinta que me riscaste da tua vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei igualmente do seu espaço e a minha atenção centrou-se neste texto. Obrigado pelas suas palavras e retribuo os votos de bom trabalho. Tomei a liberdade também de adiconar o link aos meus favoritos, espero que não se importe.
Os meus cumprimentos sinceros