quarta-feira, 25 de abril de 2007

Barca dos Sonhos

Lá longe, navega-se...
Navega-se entre as ondas bravas
os céus negros como os meus olhos.

Navega-se a cada olhar a tristeza,
navega-se no mar salgado os sonhos.

Longe vai já esta barca,
que perde-se no horizonte da desilusão.
Pobres marujos pouco valem...
Navegam os socalcos da dispeneia
do teu olhar da tua presença.

Perdeste no horizonte rumando a nada,
levantas as velas ao vento para te levar...
Mas nem ele te quer levar consigo.
Parte em paz...

Por mais vendavais que enfrentes,
nunca vais ceder porque nem eles te acolhem...
Nem eles querem saber porque vives, oh barca...

Soltaram-te as amarras um dia, e tu, desamparada,
foste rumando mar a dentro, onde nada encontras...
Foste procurar um porto de abrigo, um lugar,
foste tentar dar a tua força ao mar.

Mas este mar, não quer a tua força tambem...
nada quer saber da tua deambulação,
nada interessa ao mundo os teus cascos
a tua vontade, a tua coragem...

Oh Barca, continua rumando ao desconhecido,
um dia quando o vento já não soprar
e o mar te ignorar completamente, vais atracar,
vais encontrar porto seguro onde possas comer o desejo,
beber o amor numa ilha distante onde nada te encontre.

Talvez aí, o vento sopre para te levar,
o mar tente mandar-te abaixo, rasgar o teu casco,
mas nessa altura onde o ciume apertar,
vais ser forte, e nada te poderá derrubar.
Não é sempre assim?

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