domingo, 1 de abril de 2007

Que ignorância nos deixa mais feliz?
O falar do que já sabemos e ver então
que nada do que era sabido é verdade?
Ou o não saber e ter o mundo como tutor?

Era tão bom não saber nada de nada,
viver apenas para respirar este ar,
viver porque todos vivem e nós também...

Como era bom não saber a que sabe a comida,
não ter na boca o sabor amargo do cigarro,
não conhecer a cerveja pelo sabor mas sim pela frescura,
sabia lá bem o que é a vida se só vivesse para viver...
Que feliz que eu podia ser a não descobrir.

E se todos os dias fossem novos?
A felicidade seria cravada nos nossos sorrisos,
sorriria o dia todo porque tudo é novo, novidade...
Mas hoje já pouco me espanta o mundo,
pouco tenho que não saiba, mesmo não querendo nada.
Nem sequer quero aprender mais,
aprender é achar problemas, é chorar, riso cínico.

Quem dera acordar e perguntar porque são verdes as arvores,
porque é que o céu é azul e tem pedaços brancos a dançar?
Como era bom os dias começarem sempre assim,
amaríamos o desconhecido como forma de protesto ao coração,
não sentiria a dor na garganta, nem o nó no estômago.
Seria ingénuo hoje e sempre...

Quem dera esquecer que o mundo é um inferno,
a injustiça maior na mão de Deus,
a água estanque no lago da desilusão,
um caminho sinuoso em terra batida,
um paraíso de desilusão e desrespeito,
uma selva de materialismo.
Quem dera ver pela primeira vez
o que já vimos toda vida...
Quem dera renascer a cada manha,
sentir o calor do sol no rosto
amar como se fosse o primeiro beijo...
Quem dera.....

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