segunda-feira, 16 de abril de 2007

II

Já vai baixo o sol do dia,
ve-se a lua a marcar posição,
a escuridão da noite como companhia
um apelo ás dores esquecidas do coração.
Rezo por algo todas as noites,
mesmo não sabendo bem o que, rezo....
Invento orações, palavras,
tento sair deste mundo que menosprezo,
neste mundo que vivemos de facas apontadas,
em que todas as palavras que não oiço
são cá dentro enormes desastres, facadas.

É como se o teu rosto fosse a face da noite,
a lua como um candeeiro para te iluminar,
as estrelas uma companhia do meu imaginar.
Como se tivesses asas de condor e voasses,
lábios de veludo e pele de água cristalina,
o teu corpo como o vento bailando suave,
o teu beijo como uma tentação incontrolável...
É como se vivesses cá dentro,
corresses as minhas veias, alimenta-me.
Dá-me vida, faz-me respirar a cada segundo,
juntos não sabemos ser nem conseguimos estar,
mas longe é como bater bem fundo,
cortarem-me a garganta e não conseguir falar.

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