domingo, 2 de março de 2008

Morto

Novo Blog,

http://6e50.blogspot.com/

até já!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo

Hoje despeço-me das más memorias,
das vontades arrependidas, dos tempos,
despeço-me então de muitas histórias
da amargura de alguns momentos.
E guardando a felicidade passada,
recordamos na ideia as alegrias,
da vida nossa tão amada
das oportunidades que não foram perdidas.
E começando novo ano desde o chão
temos a vida de novo renovada,
recomeçar em novo coração
a vida que levamos então já cansada.
É hoje á noite que queimo a lembrança,
e que apago a tristeza da alma
é hoje que abraço mundo novo
e visto no olhar a cor da esperança.

Um Bom Natal e um feliz 2008 para todos :D

sábado, 15 de dezembro de 2007

"Um livro fantástico, uma vivência apaixonante"
É óbvio que são palavras assim que nos levam a continuar a escrever e a gostar de escrever tudo aquilo que amamos, a todos os presentes o meu muito obrigado, aos não presentes tenho que agradecer á mesma pois seria injusto, visto que não há expectativas quando lanço "do lado de dentro" para fora seja aquilo que for.

Obrigado.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Adiantei-me (outra vez...)

E antes que esse teu olhar caia em olhar vão
há o vento que sopra forte nos meus campos,
e antes que esta dura pedra caia num alçapão
pergunto-te se é mais que o amor a paixão?

E se vais entre nada, é desse nada que eu tremo,
por entre os meus tristes dias, todos eles mancos,
falta-me a moleta de doente e caminhos francos.

E é doença maior que qualquer outra a solidão.

Somos certos entre bancos de pedra,
na cabeça que tombas no meu convés.
Navio de casco frágil e apodrecido,
és tu que passeias esta água e não há revés,
quem dera antes de te pensar poder ter adormecido.

Teria-me esquecido então de ti,
pelo menos nas horas da madrugada.
Mas assim olhei-te e sem medo corri,
para dentro da tua chama já de inicio apagada.

E sei eu por mão divina, ou não,
que desta poesia nada tu tiras.
És o vento ciclónico de um furacão,
Com chuvas rápidas e frias
teimam em acabar com um pequeno apela á razão.

Mas não sabendo tu ler-me
de pouco resta saber eu escrever-te,
Pois do nada, nada posso tirar.


Nova data e desta vez definitiva do lançamento do livro.

  22 de Dezembro pelas 22H no Real Feytoria (à ribeira do Porto).

Data definitiva para Chaves também,

15 de Dezembro "O livreiro" apartir das 15h

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

"Do lado de dentro"

Quero deixar com voces um pouco mais do proximo livro e não resisti em escrever a ultima poesia adicionada ao livro. Mais uma parte pequena das "Cartas que nunca chegaram a partir".


Por vezes apetece-me sangrar,
cortar-me para ver o quanto sangro,
por ti, por algum dia te amar,
sangrar lágrimas para não as chorar.
E sei que por vezes sonhei contigo,
não sangrei mas verti águas de choro,
lágrimas não foram de simples amigo,
foste o ar que respirou em mim cada poro.
Mas hoje de nós não queres saber,
fugiste para longe e não queres ligar,
quem me dera que amar fosse o meu poder,
quem me dera saber quando devesse parar.
Hoje estavas entre nós meu amor,
estavas tão perto como as lágrimas do meu rosto,
hoje não teria medo de te ver novamente, este pavor,
que me dói dentro e me mata a cada segundo,
segundo esse, a eternidade que pensei sermos,
és ferida sangrenta, amor e ardor,
és longe a minha vida, e aqui guardo o teu sabor,
a incansável guerra que me causa a ausência da tua dor.
E sinto saudade de te respirar,
a incansável barreira de te ter perto,
uma ferida que o tempo há-de sarar,
esperemos que seja esta a minha verdade
pois sem ela nunca conseguirei parar de te amar.

És o fogo incansável da minha lareira,
madeira verde de cheiro ruim,
és cá dentro ainda hoje a minha grande fogueira
a verdade dos nossos dias a que puseste um fim.

"Caro Jorge,

Por motivos de força maior o lançamento
agendado para 7 de Dezembro no Blá Blá, no Porto, ficou sem efeito.

O mesmo deverá acontecer no dia 21 ou 22 de Dezembro
pela noite em outro espaço no Porto ainda por confirmar."

Fica o aviso :)


domingo, 11 de novembro de 2007

É com alegria que gostava de vos informar que o segundo livro "Do lado de dentro" será lançado a 7 de Dezembro no Porto e com uma quase certeza de um lançamento na cidade de Chaves 1 semana mais tarde.
Desde já o meu obrigado pelos vossos comentários que me ajudam imenso, um obrigado enorme ao meu colega, companheiro e amigo António Caeiro que foi com grande entusiasmo que aceitou prefaciar este livro e ainda a outro grande amigo, Celso Santos, que me ofereceu um pouco dos seus dotes fotográficos para capa deste livro. A Olavo Pinto pelo companheirismo que nos une neste mundo literário e pela ajuda na correcção de pequenos erros e ainda pelo design deste livro.

Quando houver mais desenvolvimentos terei todo o gosto de publicar aqui no blog.

Muito obrigado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Raramente escrevo para me contentar,
escrevo para que me leiam todos os dias,
movo-me porque sei que todo o ser pode amar,
rebolo-me na terra para rever esse olhar que trazias,
em tempos que não te queria ouvir sequer falar,
queria apenas sentir-te tão perto como o teu simples olhar.

Não quero nada de vocês senão palavra sincera,
o mundo que a nós nos tem e nos ultrapassa,
o teu sorriso é mais um armadilha em que toda a massa
tem tendência suicida de te por á prova e tropeça,
cabelos pretos, tingidos pela tinta negra
para que leve a que o meu amor aconteça.

E se não te escrevi antes, talvez fosse cedo,
estivesse eu fechado no frasco das minhas memorias,
e para sair dele tive que ultrapassar todo este medo,
de ouvir repetidamente na tua voz as tuas histórias,
de loucuras e actos repetidamente errados
nos livros que tu dizes que agora já estão fechados.

Mas poderei eu confiar a minha alma em tuas mãos?
Ou serás mais uma vergonha nas minhas veias,
na saliva que não trocamos mas o fizemos em olhares vãos?
e assim calço os teus sapatos sem usar meias,
em que sentirei o arder frio do nosso suor
nas palavras curtas que trocamos apenas por amor.

Estranho ciclo repentino este de paixão,
no circular redundante do nosso pequeno respeito,
existe o nosso pecado que se chama coração
e muros de fortaleza na nossa rápida relação,
que guardo com todas as chaves que há no meu peito.

sábado, 6 de outubro de 2007

(a)mar....

E eu a pensar que te amar,
seria fácil, terno, tranquilo,
seria peixe adoçado, um amigo,
e eu a pensar que serias então o meu mar.
Oceano, desgraça, aqui continuo perdido,
assim voz faminta, visão de paraíso,
para que então contigo falar,
se é piranha o amor que me faz passar,
se é então conto perdido, estômago faminto
a dor que doí vezes sem cessar.

Mas se é mar, não acaba,
se é mar não me cansa os olhos,
se é mar, vem com a maré, um dia amar,
se é maré é vaza, é cheia, como quiseres,
se é mar ou maré o teu vestido de folhos,
é amor qualquer pequeno gesto que fizeres.

É então salgado o teu amor,
sede contínua, insaciável tormento,
ferida de tanto e insuportável ardor,
pão das quintas que estão longe,
padrão triste, beijo que já não aguento,
rosa, espinho bravo, foste só um momento,
meu mar salgado como a minha vida
meu ponto de partida sem haver uma ida.

E não te canses maré no teu vai e vem,
porque amanha já não estou cá
já foste água que me bebeu, porém,
não serás a água que vou beber
com força suficiente serás essa que nunca afogará.








Aqui deixo a vocês, poucos, que me lêem mais um pequeno do meu próximo livro que em breve estará disponível. Obviamente vou avisar aqui no blog quando estiver já editado.
Antes de mais nada obrigado.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E chego eu a casa...
Assim lhe chamam a estas quatro paredes.
Mas a minha casa ficou longe,
corri o alcatrão como uma gazela em fúria,
fugindo então cheguei a estas paredes.

Fica lá fora então, longe, o meu abrigo.
As paixão que já lá vão e quero esquecer,
pois estou longe de casa...
Embora tenha uma cama para me deitar,
os anos não passam por mim lá longe, em casa.

Aqui tudo é diferente,
acordo com a boca que sabe a vazio,
acordo na cama onde deitei comigo o amor,
olho dela a parede que me ouve rezar...
noite após noite, continuo a rezar.
Mas tu não voltas e a minha casa fugiu,
E agora? que faço eu aqui afogado em números?
Um favor a ninguém...
uma expectativa perdida para muitos,
um amigo de ombro largo para poucos,
um pequeno desorientador para nada.

Que faço agora vendo soprar o vento,
afogado no meu olhar pela lágrima que me queima o rosto.
E se não fizer chorar o vento, não choro eu,
porque com ele levo o pensamento,
que me leve ele então a amargura das palavras que penso,
uma rajada que me leve a vida também,
e me traga umas calças rotas,
um boné velho como me sinto por dentro,
sem camisola também vivo,
que me traga o amor a estes lençóis,
para que novamente renasça então para mim.

Vai entrar a noite e espera-me.....
O que será que me espera?
nada outra vez, provavelmente.
Quem dera poder então ser alcatrão
e ver todos os outros como eu passar,
rezar para que entendam com a vida,
caso contrário que desfaleçam,
lentamente sem que a vida lhes passe á frente,
não vale a pena ver nos nossos olhos
a nossa tristeza, nem tão pouco alegria fingida.

Que chova.....
Quero lá bem saber...
.... Como odeio viver sentado a escrever,
ou melhor, não viver para escrever.
E se vos escrevo, não vos quero comprar,
quero que simplesmente sejam cúmplices,
das partidas que a vida nos prega,
da doença maior da humanidade
que é a própria vida.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

E por ser nada...
talvez seja mais que tudo.
Nada de nada será nada
enquanto sangue houver em tais veias.
Nada de nada é mesmo nada
enquanto não me perder,
mais uma vez nas tuas teias.

Aranha venenosa que me atrai...
És assim, fria, cruel, indefesa.
Mas nada de nada é nada
enquanto não beber todo o veneno,
e que me deixe então morrer em ti,
que me corra nas veias a tua saliva.
Envenena-me então...
Faz-me sufocar um pouco mais,
desejar todo o mal que tens para dar.
Veneno maldito que tanto te quero...

Nada de nada em ti será nada,
enquanto me transformares em fantasma,
indiferente, parede branca.....
igual a todos os indefesos que envenenas-te também,
os quais não soubeste igualmente matar.
Pois bem, nada de nada serei...
Para ser nada precisava primeiro de tudo,
e só depois do teu veneno que me consome.

Nada de nada serás tu,
talvez um dia quando me vires
me envenenes outra vez
e talvez aí o nada irás sentir...
ou paixão.... talvez!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quem dera ser então transparente,
como os dias que me correm,
a saudade que me emanas dos poros...
Quem dera então morrer hoje no teu seio.
Sem marcos geodésicos no auge do teu corpo,
sem nada, despidos do mundo, sem amanha sem viver hoje.

Porque serás sempre a estrela brilhante do meu céu,
infinto pedaço de breu, corrompido entre o nosso desejo,
corrompido pela sociedade que nos rodeia constantemente,
corrompidos pela estupidez da condição humana...
Gastos pelo que nunca fomos, embora nos dessem nome.
Nos dessem o nome da amizade constante e impenetrável,
fomos então assim, mas hoje não somos mais.

Somos a flor que nos brota nos lábios,
rosa vermelha, carnuda, fluorescente aos teus olhos.
São assim os lábios que desejo constantemente,
como uma luta incansável entre a razão e a paixão,
esta que travamos todos os dias no amargo do nosso café,
na paixão escondida na rotina que nos obrigam,
na distância que nos leva a que nunca estejamos longe.
Na distância, fraca, pura, surreal que nos viu nascer.

Na dor física que as mãos incultas te fizeram sofrer,
nasce a saudade que me deixa aqui sentado...
Nasce a saudade que o prado verde do céu
existe na terra e nela cresce todos os dias.
Tem o nome que te ofereceram quando nasceste,
e a vontade que me retiraram de viver assim,
tem uma parte de mim que me desfaz por dentro
e me faz acreditar que tudo isto....
Eles
Nós...
Seja quem for, são apenas miragem...
Miragem da felicidade de segundos que tivemos.

"Até qualquer dia..."

Caem as minhas folhas,
perenes como sempre, mas inseguras
caem então com o vento do teu partir.
Vão-se enrolando no chão, castanhas...
frias e nuas, levemente frustradas.

Chegou mais cedo o Outono a esta paragem...
Chegou com o sol quente dos teus olhos,
com o vento frio do teu trémulo toque,
chegou cedo, porque cedo nos querem ver partir.
Cedo nos querem cortar as folhas e fugir.

Mais tarde virá com a maré vaza do nosso mar, a solidão,
não a saudade dos dias tristes e melódicos mas a saudade de nós.
Por pouco que tenha sido a maré cheia, pede-me mais,
pede-me mais água para me saciar como um vampiro faminto,
pede-me mais sal para juntar e aguçar a minha sede,
pede então mais um beijo nesse braço de mar, calmo...
Calmo como sempre fizemos a nossa baía,
escondida do mundo para não estragar o paraíso.

E partem as folhas a chorar ao vento,
como o amargo mel da despedida,
vou partir, ou pelo menos assim o tento,
na calma dor que me aperta o peito
na esperança que o nosso fogo se acenda.
Na esperança que um dia não fomos,
mas poderemos finalmente ser...
Sem fronteiras para passar,
sem fantasmas passados que me atormentam,
e que não me deixam simplesmente viver.

Lá longe num sitio distante,
há um mundo diferente...
Um mundo em que ser feliz,
é apenas realçar o que já somos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

E quando me sinto em baixo, arraso-me outra vez nos pensamentos que me deixaste marcados com ferros a arder nos meus dias. E sinto-me assim em baixo, como uma maré vaza... Não sei se é saudade que me leva a escrever-te, nem sequer faço ideia se será mais alguma coisa que me leva a sentir-me vazio a cada segundo das horas mortas que faço por matar em desperdícios de pensamentos. E seguidamente, sinto que afinal já não estamos mais no mundo que criamos, na agonia contínua de um sofrimento imperdivel que fazes questão de me lembrar que existe, martelando a minha cabeça com certeza que não vamos ser nunca mais, que nada mais será como antes, nem tão pouco seremos alguma coisa para nimguem. E sem falar acabas por me deixar assim e me dar a certeza que não existem certezas, não podem existir mais porque a maior certeza que tinha no mundo, este sustento como da saliva da terra para essas tristes plantas, acabou por ser a maior incerteza num mundo duvidoso em que vivo neste momento. Vinho que pisei com as botas do diabo te tornaste, tinto, carregado, sangue de boi.... Aroma leve de paixão, cor pesada de um vermelho quase negro, paladar refinado com sabor a uma casta que nasce no chão que pisei e que se colhe com os dentes com que me trincavas num gesto de saudade prolongada por uma demora na tua dor. Por tantas noites de ti me embebedei como um cirrótico perdido, uma barriga enorme de prazeres em que a tua cura para a minha desintoxicação foi simplesmente tirar-me o vinho da boca e dar-me água salgada.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Não esperes meu amor,
abraça-me como se o mundo acaba-se em nós,
como se a noite não nos desse um arrepio frio,
um sentimento de mágoa perdida.
Um simples beijo, uma cura....

Para sempre nosso um segredo perdido no beijo
em que todo o céu me deixou sozinho como tu na noite de hoje.
Somos mais que ontem, menos que amanha...
Somos sempre nós!

Sou para ti a voz mentirosa que te acolhe...
mas acredita meu amor, sou mais que isso!
Sou mais que os lábios que até hoje beijaste,
sou então, inconsciente, um vagabundo em ti.
Mas mesmo assim, amor....
Não me largues, preciso de ti como tu de mim.
Preciso de te viver, do teu beijo enfeitiçado....

Preciso-te!!! Adoro-te...

Há estradas que tendem em nunca acabar
e o melhor mesmo é por vezes nem as começar.
Depois do primeiro passo o caminho é longo
e a estrada foge para longe
a cada passo mais longo que teimamos em dar,
se longe no caminho vires pedras duras e altas como rochedos,
lembra-te que já que começaste a caminhar...
agora não vai haver pedra que te faça parar,
nem vai haver lugar algum que não te deixe amar

terça-feira, 24 de julho de 2007


















Mais difícil que uma despedida,
é não dizer adeus e partir...
Arder no rosto cada lágrima perdida,
levantar a cara triste, cansado, e fugir.
Com a enxada das minhas mãos farei obra,
dobrarei as dobradiças das minhas costas,
cortarei as mãos e a cara para não me conhecerem...
vou estar, se calhar para sempre, daqui para fora,
voltarei nunca mas com as ideias descansadas,
voltarei quando vocês cá dentro morrerem.

E sem dizer adeus, que a morte me leve.
Sei lá bem para onde, mas para onde não me toquem,
para onde não possa nunca mais voltar a ser,
que me leve para as chamas e me faça arder,
mas por favor que me queime a alma suja que tenho,
que me descalce os sapatos e me pregue não na cruz
mas num sitio onde me queime no peito a luz.
E assim a história chega ao fim, eu morri...
e não quero mais voltar ou renascer,
quero apenas descansar e que me deixem morrer.

Como morremos nós que morra também,
rápido mas desta vez sem dor...
Que não me venham para cima com alguém,
pois farto de tentar morrer estou eu,
e tenho na alma um inquietação, um pavor,
que não me deixa morrer descansado
e renascer onde vocês sejam uma miragem,
um pesadelo de noite mal dormida,
afinal quero saber que tudo isto é apenas paisagem.

domingo, 15 de julho de 2007

Levem-me...

Estou estafado dos horários,
dos dias que as horas não passam,
em todas as manhas que me fazem trabalhar
sem ter alguém para mim, sem ter nada,
sem nunca ter nada assim não vou ter de certeza,
não tenho tempo para mim,
não tenho tempo para ninguém,
não consigo ter tempo para viver.

Passei com os pés sobre a areia,
nos poucos momentos de liberdade,
passeio na areia junto com a amizade,
e por momentos aquilo que para eles é normal
para mim é uma alegria imensa, um exagero,
como um miúdo com uma bola na mão,
como um musico em pleno concerto,
como eu quando escrevo estas palavras.
Não contei os minutos como facas,
como garras de leão a cravar o peito,
estive por momentos livre, como eu preciso.

É a tristeza dos dias que me correm,
sem ninguém para as minhas noites,
sem tempo para as minhas amizades,
sem nada que me agrade assim corro...
corro todos os dias contra o vento da vontade,
quero fugir, não sei para onde...
Mas chega-me esse sitio onde não conte os segundos,
onde os segundos não façam aproximar mais uma frustração,
mais um nada, mais uma maré vazia, mais um dia,
mais um telefone irrequieto...
Uma voz de comando que nos manda abaixo sempre,
um atestado de inutilidade, uma irritação escondida,
nada melhor quando já estamos vazios,
nada melhor que nos atirar o barro da inconpetência,
essa voz que quase me acorda durante a noite,
basta respirar um pouco mais alto e eu acordo.

Se nem para mim não me consigo valer,
um dia vou fugir, vou provar que estão enganados,
mas o meu lugar não é na vossa história,
na mesa onde vocês me puseram...
o meu lugar é se calhar na gaveta um pouco mais em baixo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

não há regra na poesia,
não me falem de Estereótipos...
não me falem disso quando a vossa alma não vê,
quando só vêem vocês com os olhos da cara,
quando vêem apenas a sociedade,
quando a vossa abertura é fechada em vós mesmos.

Quem dera ser então uma cópia dos dias,
mais que isso, repetir-me sempre...
Mas não me conformo nas repetições,
nem tão pouco nas vossas palavras.
Não me atinge o vosso consumismo,
nem tão pouco se a vossa biblioteca tem milhões de livros,
não, não é isso que me inquieta.

O que me consome a alma ultrapassa-vos,
passa longe da vossa realidade,
o que me consome são as minhas palavras
arrasam-me a cabeça em pensamentos,
o que me consome não são as pessoas,
o que me consome sou eu mesmo.
Quem me mata a cada dia sou eu e mais nimguém,
sou um assassino do meu próprio mundo,
e isso sim para mim tem valor, isso sim...
Não são os meus ditos
Estereótipos,
a dita poesia "estereótipada",
não existe poesia sem valor, nem palavra sem dor,
não existo aqui nos textos, porque não os como,
não me dão o alimento da manha,
nem sequer a cerveja da noite,
não é aí que está o pecado, o pecado está em voces,
escrevo assim como sempre o vou fazer,
se a caneta tomba para a direita assim a deixo,
não a mudo por uma opinião viciada na vossa cultura.

E continua a maré então,
escrevo hoje com a mesma vontade de ontem
com a mesma vontade de amanha,
desde que exista para me ler, sou feliz.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Preciso de descanso eterno,
de deitar a miséria nas rosas do inferno,
se sair para nunca mais voltar.

Preciso de desistir dos sonhos, fugir...
preciso que as lágrimas me afoguem os olhos,
que o sangue deixe de me percorrer,
que o meu peito seja lixeira dos meus sentidos
puramente incompetentes e desnecessários.
Preciso então de uma prisão para mim,
deixar de ser a fera solta das minhas vontades,
o pardieiro que me obriga a passar os dias.
Sou então tão cobarde que não tenho coragem,
para me ver nu reflectido na terra que piso,
sabendo então que nada me pode agarrar
fugindo assim de mim, escondendo-me.
Atrás de pele e ossos fracos, olhos negros,
escondo-me de nada mais que de mim,
do toque que as minhas mãos sentem...
áspero como as palavras que dito,
escondo-me das imagens negras dos meus olhos,
escondo-me do mundo que é demais para mim,
escondo-me atrás da vergonha que me tenho.
Será que vais demorar a chegar?
Abandona-me... alma insuportável que te tornaste.

terça-feira, 3 de julho de 2007

E eu escrevo hoje arrasado na profunda saudade que me deixas.
Deita-te aqui comigo ao lado do rio que ouviu passar as nossas primeiras palavras, ao pé do rio que nos acolheu como um ponto de encontro calmo as águas que nele passam. Deita-te aqui comigo e olha para ele, parado, tão estagnado quanto nós sempre tivemos, após uma rápida aprendizagem de nós próprios... Olha bem e repara como nos reflecte mesmo sem estarmos lá, repara na saudade que transborda naquelas margens.
E enfim se o teu beijo é desejo maior que outro qualquer, é então a amizade o que me causa a dor e o efeito de desaparecer, é então nos teus versos de uma noite que me guio em círculos redundantes procurando-te nas esquinas de qualquer prédio, nos lugares nenhuns dos meus dias em que tu estás longe, é então a pesquisar sobre mim nestas psicanalíses que lês hoje que vejo que não te espero mais embora a angustia que me corta a garganta faz-me querer que um dia vai ser diferente e a nossa amizade não desaparecerá mas será então fortalecida com a força da tua saliva a derreter-me os sentidos, e a força da tua alma a degradar-me o cérebro.
São as tuas linhas que leio todos os dias vezes sem conta, sem que nada mais me digam a não ser um requinte como um vinho aveludado que dá o sabor eterno da tua desilusão no toque amargo da tua ausência, no entanto, este toque suave que me prolonga os lábios fica cá até ao próximo gole que me faças saborear.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Quando acordar será então o dia diferente,
as horas como um rio passam limpas
a minha cabeça encontra-se então parada,
estou profundo em águas calmas como o céu.
Os espinhos que são segundos nas minhas rosas
não me esmagam a memória das tuas pétalas,
rosa foste que nasceste em mim, eu sou as tuas raízes,
a terra que te deu sustento, vitaminas para a tua dor,
eu fui a água que guardaste no teu caule,
cacto do meu deserto morreste lenta como o tempo.
O tempo que eu vou matando a cada segundo,
rebento as suas teias na loucura da tua miragem,
enfim, fomos terra e alimento, germinamos,
vivemos, não conseguimos resistir.
Chega o inverno ao nosso deserto e chove,
transbordamos nessa água e nela nos afogamos,
nela deixamos de ser barco com guia,
somos então destroços da nossa caravela,
somos destroços que navegam sozinhos
sem orientação, sem nós.

domingo, 1 de julho de 2007


Então adeus não é?
talvez quando voltar um dia tudo seja diferente,
talvez isto seja apenas uma miragem hipócrita
uma mentira na loucura das noites...

Adeus então... vou embora.
Levo comigo na bagagem a saudade,
levo um saco cheio de nada,
e levo também uma mentira continuada.
Não poderia esquecer-me de te levar também.


Empacotei tudo para partir...
Mas não havia espaço suficiente para ti.
Então tirei tudo para fora e fiquei vazio...
Esqueci a bagagem e levei apenas a tua imagem,
trouxe-te então perdida no meu olhar,
nos campos elíseos da minha recordação,
no inferno da memória dos beijos que te vi oferecer,
sem nada em troca a não ser a loucura das noites,
uma paixão escondida de verão, mais um nada,
mais um capitulo, uma história sem verdade,
um poema sem sentido, mais um aperto,
mais umas horas ocas, mais uma desilusão,
mais uns segundos de tristeza
na roda viva deste meu negro coração.

quarta-feira, 27 de junho de 2007


Há dias em que nem a morte nos chega, há dias assim solitários, tristes, escondidos atrás da memória de ser feliz.
Dias que não são dias nem nada que se pareça com viver, estes dias, salas de tortura do meu pensamento, prisioneiro da rotina que nos absorve mais rápido que água numa esponja, esses dias que nos fazem transbordar a raiva, que nos impede de continuar a usar a cabeça e nos obriga a uma ligação directa entre a boca e a palavra, estes dias...
Estes dias negros como o sol que brilhou, estes dias em que não quero a morte pois acredito na vida depois dela...
Não quero sequer acreditar nisso pois se tivesse que morrer hoje depois de soltar suor no meu trabalho, e de estar só comigo, prisioneiro num nada concreto, nem morrer me apetece, quem sabe iria respirar para outro lado...
Não me matem que morto já eu estou, simplesmente façam desaparecer as minhas cinzas ao vento como desapareceu de mim o brilho dos meus dias, o calor de um beijo desejado, a força de uns braços fracos.
Não me olhem, se por momentos alguém me conseguir amar, não me falem sequer... preciso simplesmente que me respirem tão atentamente como acolhemos o ar nos nossos pulmões.
E cedo chega então a noite, chega o meu canto de sossego, chega para mim um pouco de ar fresco.
Não respiro o transito sufocante, nem sequer respiro a ilusão da aparência que nos rodeia.
Respiro devagar, aos soluços murmurantes de uma lágrima a lua, a paz nas minhas veias, respiro as palavras que dito escondido a alguns quilometros de distancia de mais um nada, de mais uma corda na garganta que me ataca a saudade e a incerteza com expressoes de um frio glaciar que me derrete o coração numa banida amizade com bicos soltos que tenho medo de os curvas.
Não me chega a morte para me livrar de mim nem tão pouco para me matar o desgosto.

domingo, 17 de junho de 2007

I

Na noite vadia, perdida,
na noite fria, inquieta, ardente,
no limiar das sensações de um dia,
na ternura do beijo embriagado,
na fachada da paixão bebida,
num gesto perdido no nada,
no seio de uma noite calada,
depois de uma cerveja gelada,
vejo nos teus olhos cansados
a noite que em mim acaba.

II

Peca-se na estrada da noite o amor,
a luz que ninguém vê no abraço que nunca se sente,
na escuridão apenas quero sentir o teu respirar sobre o meu pescoço,
um ardente desabafo em forma de beijo mentido
enquanto todos os candeeiros se apagam para nós sermos felizes.

III

E enquanto te escrevo, lento,
olha para a lua sorrindo...
Conto á caneta os segredos nossos,
os rituais, o hábito dos nossos dias.
Enquanto vou passeando á noite,
encontro-me contigo na lembrança,
trazes até mim uma certeza, a mudança,
trazes o renascer, o sentido,
ofereces na tua noite um pedaço de esperança.

IV

E devagar me aproximo de ti,
vamos falando, sorrindo para ninguém,
trocando um olhar tímido por entre copos,
vamos transformando a timidez em palavras.
Vamos então passeando o corpo devagar
mostrando a vaidade num olhar desviado,
vamos aproximando a palavra num gesto parado,
vou saltando cá dentro mesmo estando sentado,
vou construindo na ilusão a memória
sufocando nos risos da minha própria palavra
vou ficando sem ar para te respirar
construindo assim a nossa história.

V

E então prosseguimos com a romaria,
por um nada damos tudo e ao contrário.
Pela tua fachada insegura, rebelde temos zero,
por um beijo, um segundo, um impulso tenho-te...
Nem que não seja na memória ardente de hoje,
no nunca do que tu me dizes, na fantasia em que vivo,
no oceano perdido no desejo do nunca vai existir,
numa veia rota, numa simples acção, num espaço,
nisso tenho o amor que não me deste nem vais dar,
nisso tenho-te a ti, meu anjo, tenho-te cá,
reservo-te este canto que tanto te prometi.

VI

"E dos lábios desejosos fiz lágrimas
no dia em que esse beijos me deixaram
de me cheirar a amor e saber a saudade...
apenas café e chocolate amargo."

Inês Fernandes

VII

E eis então que reparamos no nada,
no nada que não queres dar mas dás menos.
E eis que depois de movidos os peões,
de seguídos xeques ao teu rei,
de tentar tombar a tua rainha com um simples cavalo,
de mover as peças sem nexo, fazendo roque,
escondendo o meu rei atrás de nada,
moveste então a coragem da tua torre,
e num simples olhar, sincero,
reparamos que agora sim, é Xeque-Mate.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Um paraiso nos teus olhos

Vi o teu vestido branco,
vi o teu vestido....
vi o teu vestido imaculado, lindo!
Mas sei apenas que não passa de fachada,
por dentro tens um oceano de sentimentos,
um jardim de rosas vermelhas,
um passeio cinzento, uma chuva,
dentro de ti tens a memoria de ontem,
dos dias que foram para ti passagem,
das horas que foram um nada constante,
dos minutos que foram sorrisos,
dos segundos que foram eternidades em mim.

Embora esta festa não fosse minha nem tua,
o teu vestido tinha a cor dos teus lábios,
tinha o sensual dos teus momentos,
o teu vestido tinha a minha paixão,
tinha o meu desejo cravado,
o teu vestido pintou a paixão de branco,
um branco que só tu transpareces.

terça-feira, 5 de junho de 2007

A vocês meus amigos

Se a amizade é um recanto,
se a fortuna é um tipo de felicidade,
se a tua boca foi um desvaneio,
os teus lábios uma virtude...Não quero saber mais de nada,
quero apenas viver os vossos beijos,
as vossas vontades cegas em nada,
os nossos percursos dificeis,
quero apenas saber que voces estão comigo,
poetas da minha vida...

domingo, 3 de junho de 2007

Mostrarei um dia a todos voces
que nunca estive errado nem sequer longe,
mostrarei que o meu rio é grande,
a minha vontade um gigante.
Mostrarei em águas limpidas vontade,
podem verificar que é triste,
mas nem sempre verdade a melodia.
Afinarei as minhas cordas vocais para cantar,
a melodia será em mim um desabafo,
saio sem corridas morbidas deste poço,
mostrarei que sou maior que os gigantes.
Mostrarei que as vossas palavras, silencios,
não vão ser nada no meu livro da vida,
Mostro quando voces abrirem os olhos
que não vos nego, nunca o farei,
simplesmente ignoro a vossa arrogancia
e vivo nas minhas palavras a vossa miséria.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

A Desilusão

Desvastamos na terra a sepultura...
Reencontramos a mentira numa criança,
um pesadelo desenterramos do chão humido.

Chegamos fundo, bem lá dentro do fosso,
vemos a imagem espelhada numa sepultura.
Tiramos para fora, chorando... rezamos.
Olhamos a repetição com angústia,
com tristeza, o medo já não existe.

Já não te descubro, encontro-me contigo.
Não há medo depois do desafio,
e cavamos até te tirar da terra.
E cavamos a terra humida do nosso orvalho,
e cavamos como nunca.

Desenterramos fantasmas antigos,
desenterramos o nosso terror...
Desenterramos para junto de nós o pavor,
o pavor que sempre me acompanhou,
a dor de picada fina que sempre me é fiel.

Desenterramos da nossa própria sepultura,
desenterramos o que antes foi cavado por nós...
Desenterramos da terra dos sonhos a desilusão.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Dá-me por favor tudo o que sempre tive,
dá-me o teu quarto pequeno e frio,
dá-me a tua voz rouca quando acordas,
o teu humor intragável, os teus beijos...
Dá-me tudo meu amor, volta a dar tudo.

Dá-me um prazer nos teus lábios,
dá-me o desgosto nos sentidos,
dá-me um momento de amor...
Dá-me amor que mais ninguém quer dar,
dá-me a verdade, o paradoxo dos nossos dias.
Dá-me tudo meu anjo...

Dá o que nunca me foi dado,
dá-me o reviver das noites, o passar dos dias.
Dá-me a mensagem das tuas manhas,
a angustia das tuas noites.
Dá-me verniz para te pintar as unhas,
dá-me uma voz rouca, dá-me de volta.

Dá o que não deste e não queres,
dá-me um pouco de amor.
Finge que me amas que seja, dá-me....
Dá-me a beijar o teu pescoço,
dá-me as cócegas de outrora,
dá-me o vestido no teu guarda fatos.
Dá-me as cartas minhas que guardas,
dá-me o amor que elas trazem,
dá-me meu amor, pouco mas dá-me.

Dá-me a musica que ouvias,
dá-me os teus livros de anatomia,
dá-me tudo, dá-me a tua saliva,
dá-me o teu corpo mais uma vez,
dá-me o que nunca houve entre nós,
dá-me se possível uma promessa,
dá-me um adeus mentido,
dá-me....

Dá-me a tua voz ao adormecer,
dá-me simplesmente a tua companhia,
dá-me o que mais ninguém quer dar,
dá-me o que sempre quisemos ser...
Dá-me eternidade...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

E continua a canção

Em gritos mudos, calados, inquietos...
Como estilhaços de granadas marcados,
como uma serpente com os dentes cravados
assim te tenho ainda, hoje, sempre guardada.
Assim continua a revolução em silencio,
em silencios perdidos nas palavras
em muros altos, quietos, muralhas...
Assim continua a canção sem flautas,
sem muros, sem nada...
Assim continua a manada seguindo,
sempre pelo mesmo trilho, sempre igual.
Assim vamos sobrevivendo em sorrisos,
assim contruimos no silencio um texto,
mais uma amargura, mais um pedaço.
Corremos então para não mudar,
desejando sempre o tremor de outrora,
assim vamos sossegados passando os dias,
roupendo as noites em manhãs e as horas em segundos.
Vamos então aproveitando, sozinhos,
os poucos momentos de companhia.