Deita-te aqui comigo ao lado do rio que ouviu passar as nossas primeiras palavras, ao pé do rio que nos acolheu como um ponto de encontro calmo as águas que nele passam. Deita-te aqui comigo e olha para ele, parado, tão estagnado quanto nós sempre tivemos, após uma rápida aprendizagem de nós próprios... Olha bem e repara como nos reflecte mesmo sem estarmos lá, repara na saudade que transborda naquelas margens.
E enfim se o teu beijo é desejo maior que outro qualquer, é então a amizade o que me causa a dor e o efeito de desaparecer, é então nos teus versos de uma noite que me guio em círculos redundantes procurando-te nas esquinas de qualquer prédio, nos lugares nenhuns dos meus dias em que tu estás longe, é então a pesquisar sobre mim nestas psicanalíses que lês hoje que vejo que não te espero mais embora a angustia que me corta a garganta faz-me querer que um dia vai ser diferente e a nossa amizade não desaparecerá mas será então fortalecida com a força da tua saliva a derreter-me os sentidos, e a força da tua alma a degradar-me o cérebro.
São as tuas linhas que leio todos os dias vezes sem conta, sem que nada mais me digam a não ser um requinte como um vinho aveludado que dá o sabor eterno da tua desilusão no toque amargo da tua ausência, no entanto, este toque suave que me prolonga os lábios fica cá até ao próximo gole que me faças saborear.

Um comentário:
Lindo!
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