quinta-feira, 5 de julho de 2007

Preciso de descanso eterno,
de deitar a miséria nas rosas do inferno,
se sair para nunca mais voltar.

Preciso de desistir dos sonhos, fugir...
preciso que as lágrimas me afoguem os olhos,
que o sangue deixe de me percorrer,
que o meu peito seja lixeira dos meus sentidos
puramente incompetentes e desnecessários.
Preciso então de uma prisão para mim,
deixar de ser a fera solta das minhas vontades,
o pardieiro que me obriga a passar os dias.
Sou então tão cobarde que não tenho coragem,
para me ver nu reflectido na terra que piso,
sabendo então que nada me pode agarrar
fugindo assim de mim, escondendo-me.
Atrás de pele e ossos fracos, olhos negros,
escondo-me de nada mais que de mim,
do toque que as minhas mãos sentem...
áspero como as palavras que dito,
escondo-me das imagens negras dos meus olhos,
escondo-me do mundo que é demais para mim,
escondo-me atrás da vergonha que me tenho.
Será que vais demorar a chegar?
Abandona-me... alma insuportável que te tornaste.

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