Estou estafado dos horários,
dos dias que as horas não passam,
em todas as manhas que me fazem trabalhar
sem ter alguém para mim, sem ter nada,
sem nunca ter nada assim não vou ter de certeza,
não tenho tempo para mim,
não tenho tempo para ninguém,
não consigo ter tempo para viver.
Passei com os pés sobre a areia,
nos poucos momentos de liberdade,
passeio na areia junto com a amizade,
e por momentos aquilo que para eles é normal
para mim é uma alegria imensa, um exagero,
como um miúdo com uma bola na mão,
como um musico em pleno concerto,
como eu quando escrevo estas palavras.
Não contei os minutos como facas,
como garras de leão a cravar o peito,
estive por momentos livre, como eu preciso.
É a tristeza dos dias que me correm,
sem ninguém para as minhas noites,
sem tempo para as minhas amizades,
sem nada que me agrade assim corro...
corro todos os dias contra o vento da vontade,
quero fugir, não sei para onde...
Mas chega-me esse sitio onde não conte os segundos,
onde os segundos não façam aproximar mais uma frustração,
mais um nada, mais uma maré vazia, mais um dia,
mais um telefone irrequieto...
Uma voz de comando que nos manda abaixo sempre,
um atestado de inutilidade, uma irritação escondida,
nada melhor quando já estamos vazios,
nada melhor que nos atirar o barro da inconpetência,
essa voz que quase me acorda durante a noite,
basta respirar um pouco mais alto e eu acordo.
Se nem para mim não me consigo valer,
um dia vou fugir, vou provar que estão enganados,
mas o meu lugar não é na vossa história,
na mesa onde vocês me puseram...
o meu lugar é se calhar na gaveta um pouco mais em baixo.
domingo, 15 de julho de 2007
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