
Sinto-me longe de ti a cada desabafo,
talvez só agora consigo perceber o impossivel...
Talvez só hoje saiba que não somos mais,
não temos nada que nos una, nunca tivemos,
o mais perto que tivemos foi todas as lágrimas
que por ti chorei nestas noites solitárias,
em que cego com o amor fui ingénuo,
voltei á infância numa profunda e correcta psicanálise,
num arder de emoções e de saudade de ser frio.
Quem dera que nada do que tu dizes me mata-se,
quem dera meu anjo, quem dera não existires...
Como será o meu mundo quando partires?
Um manto negro, um olhar vazio....
Uma vontade de fugir para longe, de ser amnésico,
uma sensação de fome que me mata o estômago,
o coração atravessado na garganta, uma sede,
uma oportunidade desperdiçada de me mudar,
um nada, um sofrimento, um pedaço vazio,
um puzzle sem peças, um mar sem sal...
Será que alguma vez vai chegar a isto?
Se assim for já fico contente....
Ainda estou vivo....