perenes como sempre, mas inseguras
caem então com o vento do teu partir.
Vão-se enrolando no chão, castanhas...
frias e nuas, levemente frustradas.
Chegou mais cedo o Outono a esta paragem...
Chegou com o sol quente dos teus olhos,
com o vento frio do teu trémulo toque,
chegou cedo, porque cedo nos querem ver partir.
Cedo nos querem cortar as folhas e fugir.
Mais tarde virá com a maré vaza do nosso mar, a solidão,
não a saudade dos dias tristes e melódicos mas a saudade de nós.
Por pouco que tenha sido a maré cheia, pede-me mais,
pede-me mais água para me saciar como um vampiro faminto,
pede-me mais sal para juntar e aguçar a minha sede,
pede então mais um beijo nesse braço de mar, calmo...
Calmo como sempre fizemos a nossa baía,
escondida do mundo para não estragar o paraíso.
E partem as folhas a chorar ao vento,
como o amargo mel da despedida,
vou partir, ou pelo menos assim o tento,
na calma dor que me aperta o peito
na esperança que o nosso fogo se acenda.
Na esperança que um dia não fomos,
mas poderemos finalmente ser...
Sem fronteiras para passar,
sem fantasmas passados que me atormentam,
e que não me deixam simplesmente viver.
Lá longe num sitio distante,
há um mundo diferente...
Um mundo em que ser feliz,
é apenas realçar o que já somos.
3 comentários:
'Um mundo em que ser feliz,
é apenas realçar o que já somos.'
Sim.
Até qualquer dia.
O buraco da saudade... partimos de dentro de nós para outras paragens. Precisamos de marcos sinalizadores, os afectos....
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