Desvastamos na terra a sepultura...
Reencontramos a mentira numa criança,
um pesadelo desenterramos do chão humido.
Chegamos fundo, bem lá dentro do fosso,
vemos a imagem espelhada numa sepultura.
Tiramos para fora, chorando... rezamos.
Olhamos a repetição com angústia,
com tristeza, o medo já não existe.
Já não te descubro, encontro-me contigo.
Não há medo depois do desafio,
e cavamos até te tirar da terra.
E cavamos a terra humida do nosso orvalho,
e cavamos como nunca.
Desenterramos fantasmas antigos,
desenterramos o nosso terror...
Desenterramos para junto de nós o pavor,
o pavor que sempre me acompanhou,
a dor de picada fina que sempre me é fiel.
Desenterramos da nossa própria sepultura,
desenterramos o que antes foi cavado por nós...
Desenterramos da terra dos sonhos a desilusão.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
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Um comentário:
o melhor poema sem dúvida
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