segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E chego eu a casa...
Assim lhe chamam a estas quatro paredes.
Mas a minha casa ficou longe,
corri o alcatrão como uma gazela em fúria,
fugindo então cheguei a estas paredes.

Fica lá fora então, longe, o meu abrigo.
As paixão que já lá vão e quero esquecer,
pois estou longe de casa...
Embora tenha uma cama para me deitar,
os anos não passam por mim lá longe, em casa.

Aqui tudo é diferente,
acordo com a boca que sabe a vazio,
acordo na cama onde deitei comigo o amor,
olho dela a parede que me ouve rezar...
noite após noite, continuo a rezar.
Mas tu não voltas e a minha casa fugiu,
E agora? que faço eu aqui afogado em números?
Um favor a ninguém...
uma expectativa perdida para muitos,
um amigo de ombro largo para poucos,
um pequeno desorientador para nada.

Que faço agora vendo soprar o vento,
afogado no meu olhar pela lágrima que me queima o rosto.
E se não fizer chorar o vento, não choro eu,
porque com ele levo o pensamento,
que me leve ele então a amargura das palavras que penso,
uma rajada que me leve a vida também,
e me traga umas calças rotas,
um boné velho como me sinto por dentro,
sem camisola também vivo,
que me traga o amor a estes lençóis,
para que novamente renasça então para mim.

Vai entrar a noite e espera-me.....
O que será que me espera?
nada outra vez, provavelmente.
Quem dera poder então ser alcatrão
e ver todos os outros como eu passar,
rezar para que entendam com a vida,
caso contrário que desfaleçam,
lentamente sem que a vida lhes passe á frente,
não vale a pena ver nos nossos olhos
a nossa tristeza, nem tão pouco alegria fingida.

Que chova.....
Quero lá bem saber...
.... Como odeio viver sentado a escrever,
ou melhor, não viver para escrever.
E se vos escrevo, não vos quero comprar,
quero que simplesmente sejam cúmplices,
das partidas que a vida nos prega,
da doença maior da humanidade
que é a própria vida.

Um comentário:

Art&Tal disse...

alguns dos melhores blogs nao tem vida social

interessante este